Poema de Abril
De Coração e Raça
"Sou português de coração e raça
Não há talvez maior fortuna e graça"
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Agora vamos é ser
donos do nosso trabalhar
em vez de andar para alugar
com escritos na camisa
e o dinheiro que desliza
do salário para a despesa
compro cama vendo mesa
deito contas à pobreza
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Agora vamos é ser
donos do nosso produzir
em vez de ter que partir
com escritos numa mala
e a idade que resvala
do nascimento para a morte
vou para o leste perco o norte
e o meu corpo é passaporte
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
"Sou português de coração e raça
Não há talvez maior fortuna e graça"
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Agora vamos é ser
donos do nosso trabalhar
em vez de andar para alugar
com escritos na camisa
e o dinheiro que desliza
do salário para a despesa
compro cama vendo mesa
deito contas à pobreza
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Agora vamos é ser
donos do nosso produzir
em vez de ter que partir
com escritos numa mala
e a idade que resvala
do nascimento para a morte
vou para o leste perco o norte
e o meu corpo é passaporte
Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
fechados numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha
Sérgio Godinho, in Canções de Sérgio Godinho, Assírio e Alvim
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